Elitista, frívola e obcecada por padrões: não é de hoje que a indústria da moda tem sido acusada — muitas vezes com razão — de promover um ideais de beleza inatingíveis para a maioria da população. No entanto, felizmente, a coisa tem mudado nos últimos anos graças a algumas modelos que desafiam padrões da moda.
De olho nas revindicações de movimentos sociais e dos discursos que circulam nas redes sociais, estilistas e grandes publicações têm, cada vez mais, dado espaço para rostos que desafiam as restrições de idade, corpo e estilo de vida que antes restringiam quem podia aparecer em uma passarela ou em um editorial de moda. Neste espírito, listamos aqui modelos que conquistaram fama justamente por colocar a diversidade em pauta na moda.
Se hoje o uso do termo plus size é questionado, houve uma época em que ninguém que passasse do número 38 subia em uma passarela. No meio desse percurso, é impossível não citar o êxito de Ashley Graham. Aos 29 anos, a americana é definitivamente a modelo plus size mais bem sucedida do mundo. Após colecionar capas em revistas como Vogue, Elle e Glamour, Ashley é hoje uma das vozes mais fortes no ativismo pela aceitação do corpo. Pioneira, ela pode ser considerada em parte responsável por todo um boom na procura por modelos com medidas maiores.
Uma das estrelas do desfile da Coach, realizado esta semana na New York Fashion Week, o rosto de Winnie Harlow já rodou o mundo em campanhas para marcas internacionais como Diesel e Desigual. Portadora de vitiligo, Winnie mostrou que a condição não precisava impedir o seu sucesso. Com 23 anos e nascida em Toronto, no Canadá, a modelo deslanchou para a fama após ser descoberta pela ex-modelo Tyra Banks, que a seguida a convidou para participar de seu reality show, America’s next top model em 2014.
Nos Estados Unidos de Donald Trump, ser como Halima Aden não é fácil: mulher, negra e muçulmana, a modelo de 19 anos nasceu em um campo de refugiados no Quênia. Crescida nos Estados Unidos, a jovem conseguiu superar os diversos preconceitos que circulam em torno de sua identidade, e provar que é possível ser uma modelo bem sucedida no ocidente mesmo com os cabelos cobertos. Sem abrir mão do hijab, Halima já desfilou para grifes como Maxmara e Alberta Ferretti, além de estrelar capas para revistas como Allure.
A australiana Andreja já era conhecida na moda por seu visual andrógino quando era um modelo masculino. Nascida na extinta Iugoslávia em 1991, Andreja e sua família foram refugiados da guerra que assolou a antiga república soviética nos anos 90. Após sua transição, Andreja consolidou-se como uma das modelos trans mais famosas do mundo, ao lado das brasileiras Lea T. e Valentina Sampaio. Em 2015, ela foi a primeira mulher trans a assinar um contrato para ser garota-propaganda de uma marca de maquiagem.
Em uma época de imediatismos, em que o novo logo se torna passado, a canadense Maye Musk faz sucesso indo justamente na direção contrária: aos 69 anos, ela se orgulha de ser modelo há cinco décadas. E esse é apenas o começo do currículo de Maye, que foi uma das estrelas da NYFW: ela possui dois mestrados, já apareceu em um clipe de Beyoncé e posou nua para uma capa da Time. Além disso, ela também é mãe de Elon Musk, o bilionário por trás de empresas como PayPal e Tesla Motors.
E você? Conhece algum modelo que está lutando para quebrar os padrões da moda? Conta pra gente nos comentários!
O post foi modificado em: 16 de setembro de 2017 20:25
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