Inspirada pelo movimento slow food, que prega a qualidade da alimentação diante de refeições cada vez mais processadas, a consultora inglesa Kate Fletcher criou o slow fashion, que promove a conscientização sobre o consumo de moda e os meios de produção do nosso vestuário.
O slow fashion acaba se tornando uma vertente do slow living, que une todas as práticas que visam transformar o atual modo de consumo e de vida nas grandes cidades. Quer conhecer mais sobre a moda slow e saber como aderi-la? Então confira o post que preparamos!
Ah, pra quer conhecer um pouco mais sobre a Kate Fletcher, o seu trabalho, os conceitos de moda consciente e sustentável que ela propõe, pode comprar o seu livro: “Moda & Sustentabilidade – Design Para Mudança“. O livro traz uma reflexão sobre um novo modelo de concepção de criação sustentável, com consciência por parte da indústria da moda.
O que é slow fashion?
A “moda slow” surgiu como uma alternativa ao fast fashion, cultura de produção em massa alimentada pelas grandes cadeias de lojas do mundo. Voltado apenas para o uso imediato, o fast fashion não considera valor do trabalho, impactos no meio ambiente, originalidade e qualidade da peça. Essa cultura apenas replica tendências vistas nas passarelas por preços irrisórios.
Um movimento que vem ganhando destaque e espaço no meio da moda é o “Fashion Revolution“. Foi criado por indústrias da moda ao redor de todo o mundo, com o grande objetivo de conscientizar as pessoas sobre o verdadeiro custo das peças que usamos, e o impacto desses valores em toda a produção e concepção das roupas. Uma das fundadoras do movimento, Orsola de Castro, sintetiza esse conceito em uma frase: “Nós queremos que você pergunte: ‘Quem Fez Minhas Roupas?'”.
O slow fashion veio justamente contra essa tendência de consumo desenfreado da moda. Ele exalta a criação de pequenos produtores, para que o valor pago seja devidamente recebido pelo criador da peça. Também prioriza criações atemporais com design criativo, que possam ser usadas em diversas ocasiões e épocas.
A moda consciente
Sustentabilidade
A moda sustentável quer que você pense nos impactos negativos que a produção em grande escala traz ao meio ambiente e pessoas envolvidas (ou não) no processo. Isso vai desde a quantidade de água desperdiçada durante a fabricação até os efeitos psicológicos que a cultura “tem que ter” gera.
Ética
O slow fashion incentiva a ética também na hora de adquirir uma peça, nos fazendo pensar em toda a cadeia produtiva de moda. Será que vale a pena comprar aquela blusa baratinha, mesmo sabendo que a marca está envolvida em denúncias de trabalho escravo? É justo levarmos aquela calça com uma estampa feita por um designer que não recebeu os direitos autorais?
Umas das marcas que, apesar de hoje ser uma das gigantes do mercado de moda masculina, sempre se preocupou com aspectos sociais que envolvem o Brasil e o mundo é a Reserva. Além da criatividade e autenticidade presente nas roupas, algumas ações precisam ser destacadas:
- A cada peça vendida, é viabilizado 5 pratos de comida para quem tem fome no Brasil
- No e-commerce, é possível escolher a entrega verde (feita de bike) no Rio de Janeiro e em São Paulo
- Roupas que atendem o mercado plus-size
Nesse contexto, uma outra dica de leitura que também vale a pena, é o novo livro escrito pelo cofundador da Reserva, Rony Meisler. A obra mostra toda a trajetória da marca, contando em detalhes como se torno uma das principais referências de moda no Brasil.
Como o marketing é uma das chaves do sucesso da Reserva, para o lançamento do material, a ação seguiu as campanhas arrojadas características da marca. Comprando no site oficial do livro “Rebelde Têm Asas”, você reverte 100% do seu dinheiro para comprar no e-commerce deles. (Quero deixar explicado que não ganhamos nada para divulgar esse material, fazemos isso por achar relevante com o assunto :D).
Apesar de parecer complicado, há muitas iniciativas que permitem uma pesquisa mais apurada sobre marcas de roupas: o aplicativo Moda Livre informa quais empresas foram acusadas de uso de mão de obra escrava e quais têm iniciativas para evitá-la. Disponível para Android e iOS.
Consumo consciente
O movimento estimula o cliente a refletir sobre a utilidade da roupa no dia a dia. Há necessidade de adquirir mais uma camiseta? Se eu quiser usá-la ainda hoje, tenho como combiná-la?
Esse conceito também inclui duração e “temporalidade” da roupa. É uma blusa sazonal, datada ou você vai usá-la por muito tempo? O tecido é de qualidade e aguenta muitas lavagens? Por mais que você queira consumir uma nova tendência, dê preferência a um design clássico. Assim, mesmo que a moda passe, dá para continuar usando sua peça sem problemas.
Outro ponto interessante é que o consumo consciente faz com que você adquira apenas peças que combinem com seu estilo pessoal.
Incentivo aos pequenos produtores
O slow fashion exalta a produção manual, feita por profissionais de pequenas empresas, que costumam utilizar costura à mão e tingimento natural. Além disso, há a valorização de diferentes culturas locais.
Peças de qualidade
A atenção ao tecido e às costuras e a priorização da qualidade das peças também são fatores importantes. Veja se a roupa é de um tecido bom e resistente, se vai ser realmente usada ou se ficará apenas esquecida no armário.
Lembre-se de conferir se ela combina com outras peças e acessórios que você já tem. Observe também se calças, macacões, saias ou vestidos têm forro, que deixa o traje mais resistente. Um conceito que sintetiza essa ideia é o de Armário Cápsula, aqui explicamos como você pode ter um guarda-roupas mais sustentável.
Diversidade
A cultura do fast fashion acarretou a “pasteurização” da moda. Você já teve a impressão de que todo mundo se veste da mesma forma? É graças ao consumo desenfreado.
Com o incentivo de pequenos produtores e designers, o consumidor tem a oportunidade de conhecer diferentes estampas, modelos e novas formas de montar seus looks, mesmo que a peça tenha uma modelagem clássica.
Moda é consumo inteligente. Com senso crítico e antenado aos meios de produção, você vai adquirir peças duráveis, criativas e que respeitam os profissionais envolvidos em sua criação.
Agora que você sabe o que é slow fashion, conheça um pouco mais sobre o conceito de slow living!
Que matéria maravilhosa! Parabéns.
Oi Hanna, tudo bem? Que bom que gostou, ficamos felizes! Obrigado pelo comentário.