Plata o Plomo é um questionamento sobre o real valor do capital humano

Um dos narcotraficantes mais famosos da história, Pablo Escobar, vivia perguntando a quem oferecia suborno: ¿Plata o Plomo? Prata ou chumbo? Nenhum dos dois: para nós, plata o plomo é um questionamento sobre o real valor do capital humano. Vem entender!

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Quem foi Pablo Escobar?

Se você não assistiu a série Narcos, que (com algumas ressalvas) conta quem foi Pablo Escobar, vamos resumir para você.

O colombiano Pablo Emilio Escobar Gaviria ganhou espaço nos noticiários do mundo todo após se tornar um dos narcotraficantes mais ricos, poderosos, temidos e perseguidos da história. Com o tráfico de cocaína, Escobar ganhou tanto dinheiro que até hoje tentam contar. Estima-se que o Cartel de Medellín, comandado por ele, chegou a faturar 22 bilhões de dólares por ano nos anos 80. Era tanto dinheiro que ele nem sabia o que fazer.

Pablo Escobar ou Santo Escobar?

Pablo Escobar era responsável por 80% do fornecimento de cocaína no mundo, mas dava entrevistas na mídia, tinha diversas propriedades, um exército particular e, por incrível que pareça, fãs. MUITOS fãs. Ganhou fama de Robin Hood, por “tirar dos ricos para dar aos pobres”. Ele distribuiu dinheiro, construiu habitações para os desabrigados, construiu 70 campos de futebol e até um zoológico.

Pablo Escobar

Todos sabiam quem o traficante era e o que fazia, só não conseguiam pegá-lo mesmo. Quando não era a opinião pública (da época em que era amado por boa parte da população de Medellín) que pesava na hora do governo colombiano tomar uma atitude, era a pergunta: ¿Plata o Plomo? Dificilmente alguém escolhia “plomo” (chumbo), afinal, a “plata” (dinheiro) é muito mais atraente que uma passagem para o além.

Pablo Escobar fez muitas coisas pelo povo, porém, ele a) ainda era um traficante brutal, sem escrúpulos, ambicioso e perigoso b) não economizava dinheiro. Ponto. Ser seu fã pelas benfeitorias que realizou seria o mesmo que dizer “os fins justificam os meios”. Não justificam.

Por isso, a primeira coisa que queremos deixar claro é: não foi por admiração que batizamos nosso blog/marca com uma frase do traficante mais perigoso da história. Se colocar na balança, Pablo Escobar causou muito mais mal ao mundo do que bem, e isso é exatamente o oposto da mensagem que queremos passar.

Para nós, plata o plomo é um questionamento sobre o real valor do capital humano

Fazemos parte de uma sociedade que (ainda) exalta o consumo desenfreado e vicioso. A diferença é que não é de drogas, como Pablo Escobar promovia, é de alimentos, moda, recursos sustentáveis e uma série de coisas.

Quanto mais, melhor. Quanto mais inacessível, melhor. Quanto mais segregatório, melhor. Algumas pessoas até chamam segregação de “exclusividade”. Ou você se encaixa nesses padrões ou vale menos.

Sua conta bancária não é a única responsável pela desigualdade social. Existe também o lugar onde você nasceu, o formato do seu corpo, sua orientação sexual, o gênero com que se identifica, a cor da sua pele, seu grau de escolaridade, seu sotaque, as curvas do seu cabelo…

Em resumo, os conceitos de certo/errado ou normal/diferente que carregamos há gerações dizem que quem somos importa menos do que quem parecemos ser.

Acha que isso é um exagero? Tente se lembrar de quantas vezes você teve que mudar ou esconder uma característica sua só para não ser criticado. Quantas vezes tentou emagrecer para comprar uma calça com mais facilidade. Quantas vezes ficou satisfeito por comprar uma camiseta baratinha sem se perguntar o motivo dela custar tão pouco.

A verdade crua é que, em prol do capital econômico já estabelecido, nosso capital humano toma chumbo todos os dias.

Então, o que queremos mesmo com essa frase é questionar quanto o dinheiro, os padrões sociais, os padrões de beleza, a moda e os hábitos atuais de consumo nos pressionam contra a parede e perguntam: ¿plata o plomo?

[easy-tweet tweet=”Plata o Plomo é um questionamento sobre o real valor do capital humano. Entenda:”]

Cartel do Amor

Fazemos parte do “cartel” de jovens que acredita haver outro caminho. Aliás, mais do que acreditar, nós queremos ajudar a construí-lo, multiplicando ideias sobre tolerância, respeito às diferenças, empatia, consumo consciente e sustentabilidade.

É como dissemos antes: Plata o Plomo é um questionamento sobre o real valor do capital humano. A frase mais famosa de Pablo Escobar coloca em cheque quanto “nos matamos” ao não desafiar velhos hábitos e construir a sociedade em que sonhamos viver.

Felizmente, existe um número bem grande de novos empreendedores, artistas e profissionais visionários que estão focados não apenas em trabalhar para sobreviver, mas viver do que acredita. No post sobre a Vetements, marca que vem revolucionando a moda em Paris, dissemos que combinar o conceito de uma roupa com valores pessoais é tão bom quanto descobrir qual calça combina com sua jaqueta preferida.

Já falamos aqui no blog sobre marcas de roupas sustentáveis engajadas nas causas sociais, calçados e acessórios veganos, hamburguerias vegetarianas/veganas, dicas para você ser mais sustentável no dia a dia, dicas para ter um guarda-roupas mais consciente… nossa geração está formando um enorme Cartel do Amor, que luta pelo mundo onde não será mais preciso escolher entre plata o plomo quando se trata de valores ou de quem somos.

Seu trabalho, a maneira como se veste e o estilo de vida que mantém são uma expressão de quem você é, NÃO O CONTRÁRIO. Se você acredita nisso, também faz parte desse cartel. Bem-vindo!

[easy-tweet tweet=”Eu faço parte do Cartel do Amor! Entenda o que significa:”]

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