Sobre seres humanos, fronteiras e pontes

Faz uns meses que levei meu cachorro para tirar o passaporte, já que pretendemos viajar com ele de avião este ano.

Sim, cães também tem passaporte, e ao contrário dos donos, não faz a menor diferença se foi emitido na Europa, Ásia, África, Oceania ou Américas. Ironicamente eles são tratados com mais igualdade que nós, e só serão “barrados” em um país se as vacinas ou exames exigidos não estiverem em ordem, por questões unicamente de saúde.

Isso gerou uma interessante discussão entre um grupo de expatriados brasileiros. Afinal, como e por que as fronteiras se tornaram tão limitadoras para aqueles que pretendem experimentar uma vida fora de seu país de origem?

Se voltarmos milhões de anos atrás, chegaremos na era paleozóica, onde todo o território do planeta Terra se concentrava em um único bloco, um super continente chamado de Pangeia. A palavra vem do grego e deriva dos termos pan (todos/tudo) + gea (terra), ou seja, já foi tudo uma coisa só!

Depois disso houve a separação dos continentes e com o tempo, a separação dos povos pelos próprios seres humanos. A historia foi sendo escrita de forma que alguns se tornassem mais poderosos que outros, dominando terras e delimitando suas fronteiras.

É no mínimo curioso pensar que nos Estados Unidos de Donald Trump, os latinos são os grandes inimigos. Os tais muros do atual presidente tem o objetivo de manter “do lado de fora” aqueles que inclusive já foram donos daquelas terras! A Califórnia, entre outros estados hoje norte americanos, pertenciam ao México, que perdeu praticamente metade de seu território em guerras com os Estados Unidos.

Algo semelhante acontece com a triste situação dos refugiados da Síria, que hoje encontram forte resistência para entrar e se estabilizar em países da Europa que já os dominaram, como a França. Embora existam sim bons programas de acolhimento e integração, ainda é grande a dificuldade em entender que essas pessoas não são uma ameaça, mas sim seres humanos que buscam recomeçar suas vidas em outro lugar, pois simplesmente não podem mais voltar para seu país, mesmo que nunca tenham querido sair de lá.

Tudo isso porque nós, humanos, nos sentimos no direito de traçar linhas imaginárias, muros separatistas e decidir quem pode e quem não pode entrar, quem é melhor ou pior que nós. Ações que incitam e afloram sentimentos preconceituosos e separatistas, mas que caem por terra quando olhamos o outro como um ser humano, e não como um muçulmano, um judeu, um americano, um chinês, um branco, um negro, um homossexual, um heterossexual, um católico, um umbandista, um homem ou uma mulher.

Este vídeo do site de viagens Momondo mostra isso de forma emocionante. Comprova que no fundo somos todos uma mistura de lugares e etnias e abrir sua mente para isso é um grande passo para diminuir o ódio e a xenofobia no mundo.

https://www.youtube.com/watch?v=aCyhIhVfUYQ

Felizmente acho que, apesar de tudo, globalização ainda é uma palavra que anda para frente. Ainda construímos mais pontes do que muros e as novas gerações tem cada vez mais interesse em atravessá-las para trocar culturas e vivenciar o diferente.

Se você gostou desse post, pode conferir vários outros conteúdos no meu blog pessoal, o Quero Ir Lá

 

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